A gota é uma inflamação metabólica que atinge pessoas com alto nível de ácido úrico no sangue, um produto natural do organismo formado a partir de uma substância chamada purina.
Evelin Goldenberg, professora de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e reumatologista do Hospital Albert Einstein afirma que esse índice de ácido úrico não deve ultrapassar o nível máximo de 6,8 mg por 100 ml de sangue. “Caso contrário, o excesso dessa substância pode virar cristais, que vão sendo depositados nas articulações e podem levar a um intenso processo inflamatório, com inchaço das juntas. E pelo menos 20% dos casos de ácido úrico elevado geram um estado dolorido, conhecido como gota”, diz a especialista.
Segundo Goldenberg, o desequilíbrio ocorre por dois motivos metabólicos. Ou o paciente é um hiper produtor ou um hipo-excretor. “No primeiro caso, o organismo está produzindo muito ácido úrico e, mesmo tendo uma excreção normal, não consegue eliminar o suficiente para deixar a taxa baixa. No segundo (que corresponde a 90% dos pacientes), apesar de a produção ser normal ou aumentada, os rins só conseguem eliminar pouco ácido úrico”.
Como identificar a gota?
O diagnóstico é feito primeiramente com um exame de sangue para conhecer os níveis de ácido úrico na circulação. E, depois, para saber se a excreção está reduzida, os médicos costumam pedir um exame de urina, que indica qual a dosagem eliminada durante o dia. “A partir da comparação desses dois resultados o especialista indica o tratamento mais adequado para cada caso, uma vez que existem remédios tanto para inibir a produção como para aumentar a excreção”, esclarece a médica.
Outro teste importante é feito com o líquido tirado das articulações. “Este só é indicado no caso de pacientes que apresentam inchaço nas juntas para verificar se há presença de cristais de ácido úrico nas articulações e, conseqüentemente, riscos de ocorrer uma crise de gota”, afirma Goldenberg.
Para a maioria das pessoas, esse quadro não apresenta nenhum incômodo, e só é detectado se o médico pedir um exame específico, em um check-up, por exemplo. “Mas 20% dos que têm o ácido úrico elevado desenvolvem crises de gota, principalmente homens entre 30 e 50 anos e mulheres na pós-menopausa. Nesse grupo também estão incluídos obesos e hipertensos”, diz a reumatologista.
Com a formação de cristais em uma articulação, o paciente tem uma inflamação que se torna muito dolorosa, vermelha e inchada. “A pessoa mal consegue suportar o roçar da roupa ou dos lençóis nas regiões afetadas. Em geral, a gota começa na articulação do dedão do pé (situação conhecida como podagra)”, explica Goldenberg.
Conforme o problema evolui, outras articulações podem ser atingidas, entre elas os tornozelos e joelhos. “Outra complicação possível decorrente dos altos níveis de ácido úrico no sangue são os depósitos da substância debaixo da pele, nas articulações ou em órgãos, como os rins. São nódulos duros de cristais, bolinhas brancas semelhantes a gotas de leite condensado, chamados de tofos”, esclarece a médica.
Por isso mesmo, também há chance de formação de cálculos renais, bem como de nefropatia (insuficiência renal) por ácido úrico. “Neste caso, há um acúmulo de cristais dentro dos túbulos renais, provocando uma obstrução à passagem da urina”, afirma a especialista.
Tratamento
Depois de uma crise de gota é preciso buscar tratamento. Do contrário, o intervalo entre as crises diminui e a intensidade da dor pode aumentar. “O paciente também corre o risco de desenvolver uma poliartrite, ou seja, uma inflamação em várias juntas ao mesmo tempo ou até uma destruição das articulações. Há um aumento ainda das chances de doenças cardiovasculares e problemas nos rins”, diz Goldenberg.
Fonte: MBPress
Evelin Goldenberg, professora de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e reumatologista do Hospital Albert Einstein afirma que esse índice de ácido úrico não deve ultrapassar o nível máximo de 6,8 mg por 100 ml de sangue. “Caso contrário, o excesso dessa substância pode virar cristais, que vão sendo depositados nas articulações e podem levar a um intenso processo inflamatório, com inchaço das juntas. E pelo menos 20% dos casos de ácido úrico elevado geram um estado dolorido, conhecido como gota”, diz a especialista.
Segundo Goldenberg, o desequilíbrio ocorre por dois motivos metabólicos. Ou o paciente é um hiper produtor ou um hipo-excretor. “No primeiro caso, o organismo está produzindo muito ácido úrico e, mesmo tendo uma excreção normal, não consegue eliminar o suficiente para deixar a taxa baixa. No segundo (que corresponde a 90% dos pacientes), apesar de a produção ser normal ou aumentada, os rins só conseguem eliminar pouco ácido úrico”.
Como identificar a gota?
O diagnóstico é feito primeiramente com um exame de sangue para conhecer os níveis de ácido úrico na circulação. E, depois, para saber se a excreção está reduzida, os médicos costumam pedir um exame de urina, que indica qual a dosagem eliminada durante o dia. “A partir da comparação desses dois resultados o especialista indica o tratamento mais adequado para cada caso, uma vez que existem remédios tanto para inibir a produção como para aumentar a excreção”, esclarece a médica.
Outro teste importante é feito com o líquido tirado das articulações. “Este só é indicado no caso de pacientes que apresentam inchaço nas juntas para verificar se há presença de cristais de ácido úrico nas articulações e, conseqüentemente, riscos de ocorrer uma crise de gota”, afirma Goldenberg.
Para a maioria das pessoas, esse quadro não apresenta nenhum incômodo, e só é detectado se o médico pedir um exame específico, em um check-up, por exemplo. “Mas 20% dos que têm o ácido úrico elevado desenvolvem crises de gota, principalmente homens entre 30 e 50 anos e mulheres na pós-menopausa. Nesse grupo também estão incluídos obesos e hipertensos”, diz a reumatologista.
Com a formação de cristais em uma articulação, o paciente tem uma inflamação que se torna muito dolorosa, vermelha e inchada. “A pessoa mal consegue suportar o roçar da roupa ou dos lençóis nas regiões afetadas. Em geral, a gota começa na articulação do dedão do pé (situação conhecida como podagra)”, explica Goldenberg.
Conforme o problema evolui, outras articulações podem ser atingidas, entre elas os tornozelos e joelhos. “Outra complicação possível decorrente dos altos níveis de ácido úrico no sangue são os depósitos da substância debaixo da pele, nas articulações ou em órgãos, como os rins. São nódulos duros de cristais, bolinhas brancas semelhantes a gotas de leite condensado, chamados de tofos”, esclarece a médica.
Por isso mesmo, também há chance de formação de cálculos renais, bem como de nefropatia (insuficiência renal) por ácido úrico. “Neste caso, há um acúmulo de cristais dentro dos túbulos renais, provocando uma obstrução à passagem da urina”, afirma a especialista.
Tratamento
Depois de uma crise de gota é preciso buscar tratamento. Do contrário, o intervalo entre as crises diminui e a intensidade da dor pode aumentar. “O paciente também corre o risco de desenvolver uma poliartrite, ou seja, uma inflamação em várias juntas ao mesmo tempo ou até uma destruição das articulações. Há um aumento ainda das chances de doenças cardiovasculares e problemas nos rins”, diz Goldenberg.
Fonte: MBPress