A Gota é uma das principais causas da artrite crônica e pode estar associada ao aumento do ácido úrico no sangue. Está também fortemente associada com obesidade, alterações do colesterol, diabetes e insuficiência renal.
A doença da Gota é uma das doenças mais antigas registradas na história da Medicina.
Trata-se de uma doença crônica, que não é contagiosa, mas que passa pelas gerações de uma mesma família. Estima-se hoje que 2% da população mundial sofra de gota e que entre os doentes, há uma mulher para cada oito homens.
A doença que aparece geralmente após os 35 anos de idade, ocorre devido a um acúmulo de ácido úrico no sangue e isto pode acontecer tanto pela produção excessiva quanto pela eliminação deficiente da substância.
O ácido úrico é uma substância produzida pelo nosso organismo quando da utilização de todas as proteínas que nós comemos na alimentação do dia-a-dia. Numa explicação mais simples, pode-se dizer que quando as moléculas de proteínas dos alimentos são partidas em pedaços dentro do nosso organismo para servir de energia, o que sobra de todo esse processo é o ácido úrico.
É normal que o ácido úrico esteja presente no sangue em quantidades previstas, mas quando ocorre uma produção excessiva ou uma deficiência na sua eliminação pelo rim, a sua concentração no sangue pode aumentar demais atacando principalmente as articulações, provocando a gota úrica, ou os próprios rins, produzindo cálculos renais (pedras nos rins). A hiperuricemia facilita a precipitação de cristais de ácido úrico no sangue, o que resulta em um ataque de gota.
Bebidas alcoólicas, principalmente as fermentadas, e alimentos ricos em purina (ervilhas, feijão, carnes, tomate, frutos do mar etc.) são reconhecidamente uma importante fonte para o aumento do nível de ácido úrico no organismo.
O tratamento do mal da Gota visa à normalização do nível de ácido úrico e, geralmente, é feito à base de anti-inflamatórios e drogas que aumentam a eliminação do ácido úrico pela urina ou que inibem a sua produção pelo organismo. Entretanto, para escolher o tipo de tratamento mais adequado para cada paciente é necessário um acompanhamento médico.
Geralmente uma lesão trivial ou um exercício além do habitual pode desencadear os episódios. A obesidade e dietas pobres em carboidratos também são fatores que podem precipitar uma crise.
O consumo excessivo de álcool é outro fator importante, pois pode provocar acúmulo do ácido úrico nos rins e quando isso ocorre, a doença geralmente está em estágio mais grave.
“É necessário tratar a doença, muitas vezes para o resto da vida” A gota pode levar às doenças conseqüentes da hipertensão, como infarto do miocárdio ou derrames.
Contudo, entre os fatores que desencadeiam a crise, o mais importante é a alimentação.
Uma dieta rica em substâncias denominadas purinas (que fazem parte das proteínas) resulta em um aumento da concentração de ácido úrico no sangue e, portanto, alimentos ricos nessas substâncias devem ser evitados.
Entretanto, a restrição rígida de alimentos contendo purinas geralmente é recomendada no estágio agudo da doença, sendo que durante o estágio intermediário das crises, o tratamento dietético para pacientes que se mantém medicados visa uma dieta normal adequada.
Dicas importantes
- A dieta para pessoa com gota deve ser moderada em proteínas, rica em carboidratos e relativamente pobre em gordura e deve incluir alimentos com baixos teores de purina.- O consumo de gorduras deve ser reduzido, pois o excesso diminui a excreção de ácido úrico.- Evite o consumo de bebidas alcoólicas. O álcool precipita o ácido úrico, facilitando a formação de cristais.- Líquidos como água e sucos devem ser ingeridos à vontade (mais de três litros por dia), o suficiente para que a urina esteja sempre clara. Isso facilita a excreção de ácido úrico e minimiza a possível formação de cálculos.- É preciso lembrar que, fora das crises de dor, exercícios físicos são sempre necessários, mesmo que em pouca quantidade, pois não raro, há excesso de peso e vida sedentária entre as pessoas com gota. E a redução de peso é sempre útil e ajuda a reduzir a hipertrigliceridemia que existe em 75% dos pacientes com gota.- Não fique longos períodos sem se alimentar. Quem fica muito tempo sem comer é candidato em potencial a ter uma taxa elevada de ácido úrico. Isso porque, em jejum, o corpo acaba degradando a proteína muscular como fonte de energia, gerando uréia como um dos seus subprodutos.- Medicamentos, quando receitados, devem ser seguidos por todo o tempo recomendado, pois podem ter efeito incompleto se interrompidos.- Para finalizar, é preciso ter em mente que a gota é uma doença crônica e grave, capaz de provocar muita dor e desconforto se não for tratada com seriedade pelo doente. Por isso, é necessário tratar a doença, muitas vezes para o resto da vida. Portanto, o seu médico poderá lhe orientar nos exames necessários para avaliar o quanto de ácido úrico o seu organismo está formando e excretando e se você está ou não comendo demais alimentos com altos níveis de purinas.